Tereza Maria de Jesus (Molequinha/Miquinha)
Nasceu no dia 27 de março de 1899,verão. Filha de Catarina Maria Teles de Carvalho e Antônio Gonçalves.
Sua mãe Catarina juntamente com outros cinco irmãos vieram do Município de Águas Belas,no Pernambuco. Molequinha nasceu na Vila Brejo dos Santos, no Sítio Garanhuns ("granhum").
Foi trabalhadora da roça (agricultora) e também com suas irmãs e sobrinha (Josefa), as primeiras tecelãs da Vila, que hoje é o nosso município, Brejo Santo.
Ela era uma religiosa nata. A vida era uma oração. Católica por vocação, assistia duas missas por dia se tivesse, e acima de tudo, praticava a fé, a oração, através de ações e atitudes bondosas e fraternas.
Ajudava a quem chegasse pedindo e a quem precisasse. Ela ajudava na arrecadação de dinheiro para a Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus. Foi por causa dela que o professor José Teles de Carvalho conseguiu se encaminhar na direção missionária da Educação e deixar o legado para as gerações posteriores.
Ela era irmã da senhora Maria Teles de Carvalho, mãe do Professor José Teles de Carvalho. Foi ela, dona Molequinha, nossa querida e amada Miquinha, que retirou esmola na Vila, para o Professor poder ir estudar no Seminário de Canindé.
Para ajudar a família, ela vendia bolo bombocado, bolo de goma (em latinhas de sardinha e latinhas redondas de manteiga Itacolomy), sequilhos (inclusive vendia para renovações familiares,sob encomendas).
As duas escolas próximas à casa do Professor, onde ela também residia, na rua Manoel Inácio de Lucena, 420 (rua do Araújo), José Matias Sampaio e Ginásio Padre Viana, no intervalo para merenda, alunos e alunas se dirigiam à sua casa para comprarem um mercado de bolo. Quem comprava um mercado, ganhava outro e ainda tomava também um cafezinho de presente. Miquinha tinha também o dom de contar histórias, de acolher as visitas e fazer tudo pela família. Não pôde realizar o sonho de ser Freira,mas doou o seu amor a Jesus, através da família e da comunidade. Tinha também o dom de rezar nas pessoas e animais. O Monsenhor Dermival de Anchieta Gondim, quando lhe deu a extrema unção, encheu os seus olhos de lágrimas
Miquinha foi um anjo que passou aqui na Terra entre nós. Sofreu muitas dores na alma,suportou muitas vicissitudes em silêncio, para não se envolver em conflitos e não trazê- los. Se tivesse outro nome para lhe dar,seria AMOR, em sua acepção.
Faleceu mo dia 25 de Junho de 1979, inverno, aos 80 anos, de arteriosclerose.
Tia , tia avó, tia bisavó, tia- mãe, MÃE.
Fátima Teles
Homenagem de João Lopes Teles
Eu, João Lopes Teles (conhecido como Caboré), filho do professor José Teles de Carvalho, não poderia deixar de parabenizar a minha “mãe”, tia e madrinha Maria Tereza Teles (Molequinha). Com sua coragem, ela tomou conta de dois meninos: José Teles de Carvalho e João Teles de Carvalho, que seriam os homens de amanhã. Colocou os dois na escola de Balbina Pedrosa, Brejo Santo, onde terminaram os estudos.
Minha “mãe”, tia e madrinha era um conforto de glória para os dois. Ela escreveu a Frei Policarpo, o qual comandava o colégio de Canindé, para ver se era possível alocar os dois garotos lá. A reposta foi sim! Então, tia Molequinha começou a arrecadar dinheiro com o povo e a tecer rede em tear primitivo, como também fazer bolos e sequilhos para vender e assim poder custear a viagem deles e que pudessem estudar no internato do colégio Francisco de Canindé.
Madrinha molequinha foi uma grande mulher a cuidar de todos nós após a morte de nossa mãe. Certamente, ela está nos braços de Deus!